[Pesquisar este blog]

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Inteligência Artificial, Robôs e Computadores

O mundo da ficção científica é repleto de robôs e máquinas inteligentes capazes de interagir e conversar com as pessoas e indo além: nutrindo sentimentos. Mas a realidade é bem diferente disso.

Um dos maiores sonhos relacionados aos computadores sempre foi a criação de uma máquina inteligente. Um tanto disso tem, obviamente, origem na ambição humana de tornar-se criadora de vida; mas contém algo de nossa necessidade de um parceiro racional, que seja contraponto de nossa essência passional.

No cinema são muitos os exemplos de heróis como Sonny (Eu, Robô), Optimus Prime (Transformers) e Andrew (O Homem Bicentenário); e de vilões como T800 (Exterminador do Futuro), HAL9000 (2001) e as sentinelas (Matrix). Enquanto alguns destes filmes exploram utopias dos robôs servos e amigos; outros contêm distopias da superioridade cibernética. O pano de fundo disto é a inteligência artificial (IA).

IA é uma área de pesquisa da computação que pretende construir máquinas inteligentes. Embora o termo tenha sido cunhado em 1955 por John McCarthy, considera-se como pai da IA o matemático Alan Turing devido suas muitas contribuições a partir de 1956.

A complexidade da IA parte da dificuldade de sua própria definição, que rende muita discussão, pois depende do que se considera como inteligência, consciência, identidade, mente, incluindo aí a mente inconsciente.

Muitos esforços foram e ainda são despendidos na construção de máquinas capazes de raciocinar, resolver problemas e se comunicar com os seres humanos, pois as aplicações em potencial são inúmeras.

Devido às capacidades muito limitadas dos computadores antes da era dos PCs, poucos resultados concretos tinham sido obtidos na prática. Ainda hoje estamos longe de termos máquinas inteligentes, pois os computadores e os programas disponíveis têm dificuldades sérias no reconhecimento de padrões, principalmente relacionados com visão e linguagem, apesar das limitações não pararem por aí.

Por exemplo, apesar das técnicas de reconhecimento de voz, usado na ativação de comandos, não podemos dialogar com o computador, muito menos propor um problema como "uma pessoa que tem R$10 compra um jornal de R$4, com quanto dinheiro fica?" que não pode ser resolvido quando colocado desta maneira. 

No entanto, os resultados da atualidade são bastante animadores, embora restritos à áreas específicas. As redes neurais constituem uma área própria de pesquisa, de programas que simulam grandes conjuntos de neurônios e que, dentro de certos limites, são capazes de aprender e auxiliar no reconhecimento de padrões. As redes neurais tem muitas aplicações comerciais, por exemplo, no monitoramento de transações de cartões de débito e crédito.

Carros capazes de dirigirem sozinhos também já são uma realidade, como mostram os projetos da Universidade de Munich e do Google, cuja comercialização está próxima. Programas de tradução automática evoluiram muito e abrem caminho para que seja possível, no futuro, o diálogo entre homem e computador. Mas tudo ainda muito distante da ficção científica vista no cinema.

Como a tecnologia atual, uma simulação simplista do cérebro humano, que realiza 100 trilhão de sinapses por segundo com um gasto energético de apenas 20W, requer 96 supercomputadores IBM Sequoia (da família) Blue Gene/Q, tais como aquele instalado no Lawrence Livermore National Laboratory, mas consumindo 12GigaWatts!

Mas a IBM anunciou recentemente o processador True North, que contém 5.4 bilhões de transistores, consome 70mW (pouca energia como um aparelho auditivo) e é tão complexo como ... o cérebro de uma abelha. Parece pouco, mas seu quase 1 milhão de neurônios artificiais, organizados em uma matriz de 64x64 núcleos independentes (4096 no total), é capaz de realizar 46 bilhões de sinapses por segundo e, com isso, reconhecer padrões, como de pessoas pegando objetos. Além disso, comparativamente o True North é muito mais eficiente do ponto de vista energético do que os supercomputadores da atualidade.

Este chip pode ser o prenúncio de uma nova geração de processadores que permita construir máquinas capazes de executar tarefas rotineiras para os seres humanos, mas que os atuais computadores e robôs são praticamente incapazes.

Talvez, num futuro não tão distante, tenhamos máquinas inteligentes ao nosso dispor. E você, o que pensa disso?

Para saber mais