Você sabia que existem tipos diferentes de carreiras profissionais? Carreira linear, carreira em Y e até mesmo carreira em W? Pensar e planejar a carreira são atitudes muito importantes, pois todos almejam a plena realização profissional!
Como não se pode prever o futuro, a melhor estratégia é sempre a do planejamento e da preparação antecipada. E isto também se aplica à vida profissional, pois, em geral, passamos uma parte substancial de nossas vidas no trabalho, sem contar que as realizações decorrentes de nossa ocupação tem um enorme potencial de trazer muita satisfação, influenciando a qualidade de nossas vidas. Planejamento de carreira e desenvolvimento profissional são, então, elementos importantes neste cenário.
Vale começar pela definição de carreira, palavra de origem latina (carraria) que possui diversos significados, mas todos envolvendo um movimento ou uma trajetória entre pontos. A ideia central de carreira é um percurso rumo a um objetivo profissional o qual é desejado por muitas razões diferentes, mas quase sempre associadas à necessidade que temos em nos sentir realizados, em dar sentido a nossas vidas, em suma, em sermos felizes. Por isso é comum relacionarmos a ideia de carreira as ocupações oferecidas no mercado de trabalho e também as oportunidades de progresso dentro das empresas e do mercado.
Existem muitos estudos e pesquisas que indicam que a grande motivação para o desenvolvimento profissional e para o enfrentamento dos desafios inerentes ao trabalho é o sentido de realização. Isto só é possível quando trabalhamos e fazemos aquilo que desejamos, de maneira a satisfazer nossas ambições e desejos. Ao mesmo tempo, trabalhar por obrigação, imposição ou necessidade raramente motiva ou traz tal sensação de realização. Ter uma remuneração elevada pode mascarar esta percepção, tanto que é comum a tentativa de medir sucesso pelo tamanho do contracheque. Ledo engano!
Se fosse assim, mais de 90% das pessoas do mundo seriam infelizes por não receber os maiores salários. Toda pessoa abastada seria feliz ou muito feliz. Mas na realidade, a felicidade e o sentido de realização são independentes do quanto se possui, pois são frutos da nossa necessidade de realizar, muito embora cada pessoa tenha uma visão própria e diferente do que seja isso.
Como as pessoas são diferentes, é natural esperar que nem todos persigam uma trajetória profissional padronizada. É aqui que entram os conceitos de carreira linear e carreira em Y.
Uma carreira linear é uma sucessão de ocupações, aparentemente natural, onde no início temos aprendizes, estagiários e trainees. Estas ocupações evoluem para outras, de natureza "júnior", onde as pessoas trabalham com menor grau de independência e autonomia, geralmente sendo assistentes de outros profissionais mais experientes (ou mais graduados). Como o passar do tempo, a vivência e o amadurecimento profissional, muitas vezes conciliado com mais educação formal, permitem galgar posições de natureza "plena". É bastante comum imaginar que, depois disso, o profissional passe a supervisionar, coordenar e gerenciar, ascendendo a posições de comando, inerentemente administrativas e de maior responsabilidade. Espera-se com isso maiores remunerações. De fato, isto pode constituir uma trajetória de sucesso.
Mas nem todos desejam ou querem tais posições de comando, a despeito dos ganhos ou da ideia de sucesso ali contida.
A carreira em y proporciona uma visão mais ampla desta questão. Após um percurso inicial de formação técnica e vivência prática, é igualmente natural e possível que, num ponto variável da vida profissional, que possamos nos direcionar às ocupações de natureza administrativa ou, em outra direção, a funções estritamente técnicas, ainda mais especializadas. A carreira em y considera que todos podem, num momento próprio da vida, escolher ocupações focadas na gestão (de pessoas, de negócios ou de projetos) ou ocupações de concentração mais técnica (onde os termos especialização, superespecialização e ultra-especialização são particularmente apropriados).
A carreira em Y não pressupõe, como na carreira linear, que todos possuem as mesmas aspirações e que no final da carreira só existem funções gerenciais. A carreira em Y compreende dois segmentos distintos de evolução profissional, que permitem a melhor adequação entre o perfil individual; os desejos e ambições pessoais; além das habilidades e competências efetivas de cada um.
Partindo então do autoconhecimento, cada um pode e deve pensar em qual trajetória é mais adequada, permitindo então o planejamento da carreira, ou seja, a busca por ocupações e desafios na direção que tem maiores chances de proporcionar sua realização como profissional e, principalmente, como pessoa.
Qualquer escolha profissional pode oferecer realização, desde que satisfaça os seus próprios anseios;. É claro que o reconhecimento só será obtido de tal escolha for desempenhada com dedicação e competência. Para isso, investir em educação é essencial.
Então, dentro de suas possibilidades (mas sempre pensando e procurando o máximo), a realização de cursos técnicos profissionalizantes, uma graduação no ensino superior e, depois, a continuação disso com cursos de especialização (lato sensu), mestrado e doutorado (estes dois últimos stricto sensu). Quanto maior o nível de educação, maior a remuneração. Além disso, existe no Brasil enorme demanda por profissionais portadores de educação superior em praticamente todas as áreas. Cursos de extensão e certificações profissionais são um ótimo complemento e proporcionam grande diferenciação profissional.
Autoconhecimento, muito estudo e dedicação. Esta é uma receita de sucesso!